terça-feira, 1 de abril de 2008

Casinha sem Chaminés


O Rolo tem sido excepcional na preparação da minha ida para a Irlanda. Estando em Cork, vai-me pondo ao corrente de coisas que preciso de saber. No sábado passado, finalmente, conseguiu arranjar-me habitação.

A boa notícia é que se trata de uma casa no centro da cidade, pertinho de tudo, inclusive perto da casa do próprio Rolo. A outra notícia é boa e não é boa: não vou poder fumar dentro de casa - não há autorização da comunidade. Isto dá-me mais uma boa oportunidade para deixar o tabaco de vez. Mas bem que cairia, poder esfumaçar-me todo de vez em quando. Não há crise.

Em resumo, trata-se de uma casa onde já habita mais gente - parece-me que se tratam, também eles, de imigrantes. Pesando os problemas que se encontram com a habitação, de um modo geral, neste país, parece-me que tenho razões para estar satisfeito.

Há uns anos valentes que não vivia em comunidade com mais gente. Isto deixa-me, no mínimo, curioso. Faz-me lembrar a minha vivência em certas casas que habitei nos quase longínquos tempos de Coimbra. A mística de sítios como a ilustre Mansão do 18, o 24 da Moeda, ou de casas que conheci muito bem, como a Pensão In Vino, Mansão do Olimpo, Repúblicas da Ay-ó-Linda e dos Fantasmas, não se dará nesta casa, imagino. Mas que outro ambiente substituirá o saudoso 18, essa casa na Rua de São Salvador agora chicoteada pelo progresso e mantida apenas sob o espectro da fachada? Ficarei desalentado? Acabarei vergado humildemente à sensaboria?

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