terça-feira, 2 de dezembro de 2008

É Preciso Acreditar

Lamento que o Fado e Canção de Coimbra seja considerado elitista pela generalidade do povo. Não posso negar que seja, muito embora o seja (também) pela vontade popular. Afinal de contas, o Fado do Estudante (lisboeta de gema) foi bem mais fácil de propagar do que qualquer "Fado de Estudantes". E falar de letras de Ary dos Santos, por exemplo, não é coisa de saloiada popular. Elitismo ou não. Gosto acima de tudo daquela melodia de Coimbra; aquele fado da juventude que lá foi parar um dia. Foi por ter estudado lá, bem sei. Mas lamento que toda a gente olhe para a canção daqueles que não são nós porque nós não somos daqueles. Seja. Só espero que Coimbra se mantenha a mesma a meus olhos na altura em que, 9 meses depois, a visito, desde que saí de Portugal em Março último.

Pelo grande Luis Goes:

É preciso acreditar,
É preciso acreditar
que o sorriso de quem passa
é um bem para se guardar
que é luar ou sol de graça
que nos vem alumiar

É preciso acreditar,
É preciso acreditar
que a canção de quem trabalha
é um bem para se guardar
E não há nada que valha
a vontade de cantar
a qualquer hora cantar

É preciso acreditar,
É preciso acreditar
que uma vela ao longe solta
é um bem para se guardar
que se um barco parte ou volta
passará no alto mar
E é livre o alto mar

É preciso acreditar,
É preciso acreditar
Que esta chuva que nos molha
é um bem para se guardar
que há sempre terra que colha
um ribeiro a despertar
para um pão por despertar.

Poema de Leonel Neves, musicado e cantado por Luiz Goes

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