domingo, 2 de agosto de 2009

Coimbra Hoje

Eu já me queixara da Coimbra dos anos 90, de que poucos morcegos tresloucavam a cidade, porquanto ondas incomuns de japoneses tirassem fotografias indiscriminadamente sobre tudo quanto vestia negro. Sortudos esses, que chegaram uns anos antes do completo folclorismo conimbricense sazonal. Hoje chegou-me um par de turistas a mandar vir porque Coimbra de Universidade tem muito mas de estudantes não tem nada. Contrapus com a parte das férias. Que há poucos. E que os poucos que há estão a estudar. Mas eu sei que naquela altura era outra coisa. Coimbra no Verão a arder vestia capa e batina. De Coimbra fica, hoje em dia, o mármore. Porque a pele, não há prova viva de que a haja. Os estudantes acabaram. Agora existem as "pessoas que estudam". Que me perdoe quem lute contra a maré, mas não há um único estudante de Coimbra hoje em dia que mereça esse mesmo respeito.

2 comentários:

Tojo disse...

Eu contesto essa tua provocação a Coimbra! Tudo bem, os poucos Estudantes que existem estão a acabar o curso, mas não o deixam de ser, e não deixam de louvar a Capa e Batina!

Gertre disse...

Pois, pois...
Eu ainda sou do tempo em que me recusava a vestir capa e batina nos desfiles sazonais de queima e latada, porque a vestia em inúmeras outras ocasiões ao longo do ano. E já nessa altura, esses, eram as pessoas que estudavam.
Eu ainda sou do tempo em que um estudante de filosofia e outro de direito, todos os dias, usaram o seu distintivo de estudante (entenda-se capa e batina) até ao último dia de curso.
Eu ainda sou do tempo em que alguém se declarou anti-praxe, por não se identificar com o espírito académico, mas, no fundo, no fundo, denotava o seu espírito crítico em relação à vida académica.
Eu ainda sou tempo em que no 18 se discutia o código da praxe.
Eu,não obstante quem o faz, fui daqueles que não rasguei a minha capa e batina, por considerar que é um ritual carnavalesco, desprovido do seu sentido original.
Eu ainda sou do tempo em que a capa e batina era mais do que um símbolo de estudante, era um "ser" de coimbra cultural, académica e socialmente bem cotado.
Dijas "o que foi não volta a ser" mas foi bom. Quando voltas?